O Biofeedback é considerado um avanço no campo da psicologia, e vem sendo utilizado em patologias comuns da modernidade como: estresse, dor de cabeça, distúrbios do sono, crises do pânico, ansiedade, déficit de atenção, entre outras.
No Biofeedback as pessoas são orientadas a melhorar a sua saúde física e emocional, utilizando os sinais do próprio corpo, ou seja, esta técnica foi desenvolvida visando tornar consciente funções corporais normalmente inconscientes. É uma técnica que utiliza um sistema de aprendizagem interativo que está baseado no reconhecimento de que mudanças na mente e nas emoções afetam o corpo e as mudanças no corpo também influenciam a mente e as emoções.
COMO FUNCIONA
Através de um ou mais instrumentos, o sujeito recebe informação sobre suas funções autonômicas e aprende a controlar, mediante informações fornecidas por esses instrumentos uma ou mais funções biológicas, que por ventura possam estar associadas aos sintomas. O cliente é colocado por certo período de tempo em uma situação, onde pode perceber o traçado gráfico de alguma(s) função(ões) orgânica(as) e/ou o valor quantitativo da(s) mesma(s).
É por meio da retroalimentação que o sujeito terá a oportunidade de controlar gradualmente a(s) função(ões) orgânica(s) alvo(s), sendo que sem o auxílio de feedback tal controle seria dificultado. O elemento chave imprescindível do processo é a informação direta (feedback), precisa e constante que o cliente recebe sobre a variável fisiológica de interesse.
O Biofeedback envolve três operações: primeiramente, uma resposta fisiológica é detectada e amplificada pelo equipamento. Em segundo lugar, a resposta é processada. Finalmente, informações sobre a natureza da resposta são retroalimentadas ao cliente. O sinal de feedback fornecido é usado para iniciar uma mudança e/ou controlar respostas fisiológicas.
O Biofeedback pode ser empregado individualmente ou em combinação com um grande número de técnicas cognitivo-comportamentais, EMDR, procedimentos de relaxamento como o Treinamento Autógeno e o Relaxamento Muscular Progressivo, dentre outras.
Um aspecto importante que constitui uma das vantagens no treinamento de Biofeedback e que deve ser enfatizado, é tornar o sujeito consciente (por meio de feedback externo) dos sinais de alterações fisiológicas que sinalizam estados internos. Ao longo do treinamento, o cliente vai aprendendo progressivamente a focalizar e a discriminar sensações e ao mesmo tempo aprende a diferenciar e a lidar com esses estados.
É importante lembrar que a mensuração de parâmetros fisiológicos por si só já constitui uma vantagem, uma vez que sem o monitoramento, fica difícil, tanto para o cliente, como para o terapeuta, avaliar objetivamente os progressos e as dificuldades existentes nos treinamentos. Com auxílio do Biofeedback, o cliente pode avaliar e checar seus progressos, ganhando, consequentemente, confiança em suas habilidades de autoregulação.
MODALIDADES DE BIOFEEDBACK
EEG– Neurofeedback Eletroencefalografia – Feedback de ondas cerebrais– mede a frequência e a amplitude das ondas cerebrais a partir de sensores colocados no couro cabeludo. É utilizado no tratamento da epilepsia, transtorno de déficit de atenção (TDA/H), drogadição, traumatismo craniano, desordens de sono e insônia, depressão e distúrbio do pânico. É biofeedback do sistema nervoso central.
HEG – Neurofeedback Hemoencefalografia – Perfusão Sangüínea: mede a oxigenação sanguínea em áreas específicas do cérebro. Utilizado para aumentar a capacidade de memória, clarear pensamento, plasticidade neuronal, recuperar perdas na vascularização cerebral, controle de impulsos, aumentar a motivação interna. É biofeedback do sistema nervoso central.
ECG– feedback da variabilidade de frequência cardíaca, registra os potenciais elétricos gerados pela atividade do músculo cardíaco (musculatura intercostal ou diafragmática) indicando a frequência respiratória. Estas informações têm aplicabilidade em Biofeedback no aprendizado do retorno ao estado parassimpático do sistema autônomo, isto é, estado de relaxamento. Utilizado para o ensino da respiração diafragmática, controle da frequência cardíaca, com resultados em quadros de ansiedade, pânico, estresse, insônia desatenção e para dessensibilização sistemática. É Biofeedback do sistema nervoso autônomo.
EMG – Eletromiografia mensura a atividade elétrica dos músculos esqueléticos, monitorados com sensores localizados na pele, sobre músculos apropriados. Utilizado para cefaléia tensional, bruxismo, ATM, dor crônica, espasmos muscular, paralisia parcial. É Biofeedback do sistema nervoso periférico.
RGP – Resposta Galvânica da pele mensura a condutividade da pele dos dedos e palmas das mãos. A RGP é altamente sensível às emoções em algumas pessoas. Utilizado para tratamento de hiperidrose, relaxamento, trabalhos com grupos ou casais e treinamento de dessensibilização. É Biofeedback do sistema nervoso autônomo.
Feedback Termal – (fluxo sanguíneo) mensura através de inferência que o aumento de temperatura no local da leitura é devido ao aumento da perfusão sanguínea. O uso em treinamento de Biofeedback para autocontrole de estresse é geralmente distal (na ponta dos dedo) pelo aumento da vasodilatação e por ser este um sinal de reação parassimpática generalizada. Quando há estresse ocorre uma vasoconstrição e portanto baixa a temperatura; quando há relaxamento ocorre uma vasodilatação e portanto aumenta a temperatura. Utilizado para treinamento de relaxamento, estresse, transtorno do pânico, também em alguns casos de enxaqueca, hipertensão arterial. É Biofeedback do sistema nervoso autônomo.